A ÁRVORE QUE DAVA DINHEIRO
(Domingos Pellegrini)
A Árvore Que Dava Dinheiro era na cidade Felicidade, onde tinha um velho tão unha de fome, que ele andava uma semana com o sapato no pé direito e o chinelo no esquerdo, e revezava semanalmente, para ninguém perceber sua riqueza.
Na casa dele tinha escada de mármore, mas ele era munheca.
Um dia, ele faleceu e deixou ordenada que plantassem as sementes, que tinha deixado.
Todos os dias um cachorro ia regar as plantas, com sua própria urina, teve um dia que ele não regou, e duas morreram. Só ficou uma, que era a árvore do dinheiro. Todos os dias o cachorro atravessava a praça com as orelhas murchas e a língua suando.
No sexto mês despontou no galho mais alto, uma folha colorida, que começou a abrir e não era uma folha. Era uma flor de uma pétala só, mas só o vento sabia: A pétola era uma nota de dinheiro. Foi achada pela manhã por um menino que passava.
Então, plantaram mais sementes na estrada, nas chácaras, até que as árvores se espalharam e chegaram nos quintais- e todo dia um menino descobria que também eram árvores gostosas de subir, melhores ainda para juntar passarinhos- e continuaram dando frutos, sementes, flores, sombras, cantos e alegrias para Felicidade, por muito e muito tempo.
As folhas caiam amareladas, os galhos iam se retorcendo; e logo estavam tão quebradiços que o vento arrancava, até ficarem só as raízes na terra seca. Era tão rápido, que em poucos dias as raízes apodreciam e esfarelavam, a terra murchava seca e surpreendida, virando pó.
Rafaelly Tavares de Souza-VGM-2011
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